Eles têm direitos bem como obrigações. Os muçulmanos não aproveitaram a fraqueza das pessoas com necessidades especiais; Os muçulmanos não lhes tiraram os direitos nem negarem-lhes os seus bens de direito. Ômar ibn al Khattab (que Deus o tenha em Sua glória) disse: "Se um homem se casa com uma mulher louca ou leprosa e tocá-la (ou seja, ter relações sexuais com ela), então o dote inteiro torna-se devido a ela."25
Décimo Objeto de Pesquisa: Facilitar as Coisas aos Deficientes
Dentre as formas de piedade para com as pessoas com necessidades especiais é o fato da lei islâmica levar em consideração no que diz respeito a muitas das obrigações, eliminando as dificuldades que possam encontrar, e tornando as coisas mais fáceis para eles.
Zaid ibn Sábit (que Deus o tenha em Sua glória) relatou que o Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz), ditou-lhe o seguinte versículo: “Os crentes que, sem razão fundada, permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles que sacrificam os seus bens e as suas vidas pela causa de Deus.” (4:95).
Ele disse: "Ibn Ummu Maktoum foi ter com o Profeta enquanto estava ditando a Áli (que Deus o tenha em Sua glória), para registrá-lo. Disse, 'Ó Mensageiro de Deus, se eu fosse capaz de participar do jihad, eu certamente o faria’. Ele era um homem cego. Zaid ibn Sábit ainda disse: "Então, Deus, Bendito e Exaltado seja, revelou a Seu Mensageiro: “Os crentes não inválidos” (4:95).26
Aliviando os encargos das pessoas com necessidades especiais, Deus Todo-Poderoso, diz: “Não terão culpa o cego, o coxo, o enfermo. Quanto àquele que obedecer a Deus e ao Seu Mensageiro, Ele o introduzirá em jardins, abaixo dos quais correm os rios; por outra, quem desdenhar, será castigado dolorosamente.” (48:17).
Assim, absolveu-os da obrigação da jihad nos campos de batalha. Não são obrigados empunhar armas ou ir para o campo de batalha, a não ser voluntariamente. Um exemplo disso é a história relatada por Ibn Hicham de ‘Amr ibn Al Jamouh (que Deus o tenha em Sua glória) na batalha de Uhud. Ele era um homem coxo, que tinha quatro filhos. Costumava participar ao lado do Mensageiro de Deus em todos os eventos sérios. Quando o Dia do Uhud chegou, queriam mantê-lo preso, dizendo-lhe: "Deus, Glorificado e Exaltado seja, isentou-o!" Ele foi ter com o Mensageiro de Deus e disse: "Meus filhos querem me impedir de sair para lutar com você. Porém, por Deus, gostaria de ingressar com esta perna aleijada no Paraíso! O Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) respondeu: "Quanto a você, Deus realmente o isentou. Por isso, você não é obrigado participar da jihad". Então, o Profeta disse aos seus filhos: "Vocês não devem vedá-lo, talvez Deus vá conceder-lhe o martírio." Ele saiu com o exército e caiu mártir, no Dia da Uhud.27
No entanto, o alívio de que se beneficiam os deficientes sob a lei islâmica distingue-se pelo equilíbrio e moderação. A pessoa com deficiência deve ser aliviada em relação à sua deficiência e ser encarregada segundo a sua capacidade. Al Qurtubi diz:
“Sabei que Deus absolveu o cego quanto às funções que exigem visão, o aleijado dos encargos que envolvem o andar ou do que não pode ser feito com claudicação, o doente dos encargos que podem piorar a doença, como o jejum, as condições e os pilares da oração, o jihad e assim por diante.”28 O mesmo se aplica ao cego e ao louco. É exigida do primeiro a maior parte das obrigações legais, exceto as determinadas funções, tais como o jihad. Quanto ao último, Deus Todo-Poderoso absolveu-o de todas as obrigações. O Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) deixou claro que os três tipos de pessoas que não são responsáveis são: "A pessoa que estiver dormindo até acordar, a criança até atingir a puberdade, e a pessoa insana até que se recupere a sua sanidade "29
O louco não deve ser punido de alguma forma, não importa o que ele cometa de erros ou crimes.
Ibn Abbás disse relatou que uma mulher insana foi levada à presença de Ômar (R) que havia cometido fornicação. Ele se consultou com algumas pessoas e ordenou que fosse apedrejada. Áli Ibn Abi Tálib (R) passou por ela e perguntou: “O que foi que ela fez?”Responderam: “Uma insana, de tal família, cometeu fornicação e Ômar ordenou que fosse apedrejada.” Disse-lhes, voltem com ela.” Foi até Ômar e lhe disse: “Ó Emir dos Crentes. Você não sabe que não se pode condenar três tipos de pessoas? Do insano até recuperar a sua sanidade, do dormindo até acordar, do menino até atingir a puberdade?” Respondeu: Sim, sei!” Disse-lhe: “Por que, então, mandou apedrejar essa mulher?” Ômar respondeu: “Por nada.” Áli disse: “Mande soltá-la.” O califa mandou soltá-la e começou a magnificar a Deus.”30
Assim foi a abordagem do Profeta em lidar com pessoas com necessidades especiais. Ao mesmo tempo em que os povos não reconheciam os direitos desse tipo de pessoas, a lei islâmica estabeleceu o atendimento integral e perfeito às pessoas com necessidades especiais, dando-lhes prioridade na sociedade muçulmana. estabeleceu o perdão ao tolo e ao ignorante entre eles. Ele tem honrado os seus entes aflitos, especialmente aqueles que têm certos talentos, ofícios úteis, ou experiências bem sucedidas. Encorajou, também, visitá-los e orar por eles. Ele proibiu ridicularizá-los. Proibiu o seu isolamento e boicote, facilitou as regras para eles e os eximiu de suas obrigações. Excelente na verdade é a lei do Islam e o Profeta do Islam!
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Narrado por Baihaqui nº 255.
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